Seus olhos verdes o perdem em um mar.
Ele navega por eles, e por desejos, e por vontades.
Ah, ainda se algo o fizesse agir.
Mas não, ele não vai;
e não julga ser por medo.
Não um medo comum, ou de procedência conhecida.
É sim um temor.
Um medo que turge seus pensamentos;
paralisa suas ações;
que fecha sua garganta,
que grita por ações irracionais.
As palavras lhe vêem a cabeça,
ele pensa em mil dizeres,
mil olhares.
As mãos estão a um levante de distância,
mas essa nunca pareceu tão longa.
Longa como a maratona dos gregos,
longa como a odisséia.
Sente como se sua mão tivesse de sair de Tróia,
e tivesse de chegar em Ítaca.
Olha para seus fio louros de cabelo,
depois para seus olhos navegantes,
enfim para seus lábios,
sensíveis; frágeis; lindos.
Estremece, consegue pensar no que dizer.
A empolgação é angustiante.
Ele olha, consegue sua atenção;
Sua boca se abre, seu olhos se fitam;
mas as palavras lhe travam nos dentes.
Dentes de um sorriso falso,
um sorriso só.
E assim ele continua;
Sozinho,
quieto.
Ele permanece no silêncio...
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
O que todos dizem.
Como falar de amizade sem defrontar o clichê?
Eles, sim, são os maiores amores;
na vida as maiores companhias;
nas brigas, as maiores dores;
e de súbito as maiores famílias.
Nem todos duram o quanto queríamos;
mas enquanto duram são eternos.
Se todos durassem, com certeza não aguentaríamos.
Queremos todos ao mesmo tempo;
queremos nenhum em momento algum;
queremos um, que seja, ao menos;
mas sempre uma parte deles queremos.
Espero na vida ter vários;
por ela também perder uns;
e quando morrer, pra dar falta de mim
[pelo menos alguns.
Cansei do clichê, então pararei de escrever;
mas que saibam todos os meus
que os amo, e temo-os perder.
(Tá um tanto quanto idiota, e como disse e re-disse -hahahaha, clichê. Mas, bom, era sobre isso que queria falar, e desafio quem faça um poema sobre tal, sem cruzar o ridículo, ou o imbecil).
Eles, sim, são os maiores amores;
na vida as maiores companhias;
nas brigas, as maiores dores;
e de súbito as maiores famílias.
Nem todos duram o quanto queríamos;
mas enquanto duram são eternos.
Se todos durassem, com certeza não aguentaríamos.
Queremos todos ao mesmo tempo;
queremos nenhum em momento algum;
queremos um, que seja, ao menos;
mas sempre uma parte deles queremos.
Espero na vida ter vários;
por ela também perder uns;
e quando morrer, pra dar falta de mim
[pelo menos alguns.
Cansei do clichê, então pararei de escrever;
mas que saibam todos os meus
que os amo, e temo-os perder.
(Tá um tanto quanto idiota, e como disse e re-disse -hahahaha, clichê. Mas, bom, era sobre isso que queria falar, e desafio quem faça um poema sobre tal, sem cruzar o ridículo, ou o imbecil).
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Urge
A urgência do momento o chama;
O sangue punge por todas suas veias;
Será esse o seu derradeiro fim?
Não tem mais ciência de sua própria consciência.
Os próprios pensamento já deixaram de ser seus;
algo os toma por completo, e bombardeia-os com idéias que não são as suas.
Não tem mais controle sobre seus atos;
o desespero é total -cada suspiro uma tentativa de alívio, cada falha um agravante sistemático.
Seus escapes cada vez parecem mais insignificantes.
Até quando será que durará?
Será que eles tem de durar?
Não durarão, ele sabe que não durarão -se ele tomar uma atitude.
...
Sua consciência some.
Seu desespero some.
Seu medo some.
Tudo para.
Tudo.
Para.
O sangue punge por todas suas veias;
Será esse o seu derradeiro fim?
Não tem mais ciência de sua própria consciência.
Os próprios pensamento já deixaram de ser seus;
algo os toma por completo, e bombardeia-os com idéias que não são as suas.
Não tem mais controle sobre seus atos;
o desespero é total -cada suspiro uma tentativa de alívio, cada falha um agravante sistemático.
Seus escapes cada vez parecem mais insignificantes.
Até quando será que durará?
Será que eles tem de durar?
Não durarão, ele sabe que não durarão -se ele tomar uma atitude.
...
Sua consciência some.
Seu desespero some.
Seu medo some.
Tudo para.
Tudo.
Para.
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Platônico
Ah! Que sensação diferente que é vê-la entrando na sala. O ar muda, fica mais leve, a respiração acelera, meu sangue corre mais rápido pelas minhas veias, e a ansiedade... Ah, a ansiedade... Motivação dos meus delírios.
Ela é linda – não nos parâmetros globais europeus – mas é linda. Seu cabelo castanho que cai sobre metade de sua face branca com lábios carnudos rosados. Ah, seus lábios... Lindos, imagino serem doces como o mel. Seu corpo é uma escultura, uma escultura que parece eu mesmo tê-la esculpido por tanto ser do meu agrado.
Todo dia chego e já a procuro. Quando não a vejo, fico calmo, mas triste. Seguro, mas insaciado.
Sei que não posso consagrar o que sinto, mas só de vê-la já é sinto quase o suficiente. Tenho vontade de tocá-la, de lhe falar ao ouvido, ou de simplesmente lhe falar. Mas o que dizer? Não sei nada sobre ela. Não sei seus gostos, preferências, vivências, aventuras... Nem sequer sei seu nome. Só sei que ela me encanta.
Hipnotiza-me como uma lâmpada hipnotiza suas mariposas, como um mágico hipnotiza suas vítimas.
Ah, o que eu daria para ter uma conversa só que seja com ela. Mas, volto a perguntar, o que lhe dizer? Não saberia. – Olá, você vem sempre aqui? – perguntas assim me vêem a mente, como um início de conversa, mas ela é mais do que isso, ela é muito mais do que isso. Ela merece um diálogo lindo, eloqüente, com perguntas e respostas refinadas, com palavras a sua altura, e nada menos.
Eu, um leitor mediado, conhecedor de poucos vocábulos, não teria palavras pra descrever o que preciso. Nem sei ao certo o que gostaria de descrever a ela. Mas como seria bom descrevê-lo...
Acho que vou lhe falar sobre as flores, sobre o sol, sobre o mar. Sobre todas as coisas que são belas por natureza, quem sabe assim ela me entenda... Não, não seria suficiente. Eu teria de ser mais específico, muito mais específico.
Sei que o que quero está muito longe de meu alcance, mas continuo refletindo, continuo escrevendo em meu caderno imaginário, e até o dia que me vier o que falar, o que descrever, ou contar a ela, sigo só contemplando, me hipnotizando, e me encantando.
(criado em 16/03/2010 - achei interessante colocá-lo, mesmo já sendo um sentimento antigo...)
(criado em 16/03/2010 - achei interessante colocá-lo, mesmo já sendo um sentimento antigo...)
sábado, 27 de novembro de 2010
Rio
Desce a violência, sobe a incoêrencia;
e para todos os lados a incompreensão.
Nos ares, aparelhos, nas casas, os sensacionalistas gozam do sofrimento alheio.
Tiros vem, tiros vão;
tiros soam e cortam o ar, ultrapassam corpos como a luz ultrapassa um copo vazio.
Até quando a ignorância estará a frente em nossas intenções?
E o Rio chora, o Rio sangra;
quando o Rio voltará a ser lindo?
De um lado infratores e rebeldes, do outro forças supressoras e opressoras, entre eles a inocência;
e por todos os lados pessoas, humanas, humanidades, vontades.
Cada um, não importanto em que lado da peleja se encontra, é um inocente.
E aquele que em batalha cai,
é um ser humano;
é um sonho destruído;
é uma família desolada;
é; é algo que existe, e que por ocasião da decisão de outros deixou de existir.
Quantos mais terão de ir ao chão para aprendermos quais são as reais importâncias?
Só espero não demorar, senão não sobrarão muitos pra usufruir daquilo que ja é nosso por direito -a Vida.
e para todos os lados a incompreensão.
Nos ares, aparelhos, nas casas, os sensacionalistas gozam do sofrimento alheio.
Tiros vem, tiros vão;
tiros soam e cortam o ar, ultrapassam corpos como a luz ultrapassa um copo vazio.
Até quando a ignorância estará a frente em nossas intenções?
E o Rio chora, o Rio sangra;
quando o Rio voltará a ser lindo?
De um lado infratores e rebeldes, do outro forças supressoras e opressoras, entre eles a inocência;
e por todos os lados pessoas, humanas, humanidades, vontades.
Cada um, não importanto em que lado da peleja se encontra, é um inocente.
E aquele que em batalha cai,
é um ser humano;
é um sonho destruído;
é uma família desolada;
é; é algo que existe, e que por ocasião da decisão de outros deixou de existir.
Quantos mais terão de ir ao chão para aprendermos quais são as reais importâncias?
Só espero não demorar, senão não sobrarão muitos pra usufruir daquilo que ja é nosso por direito -a Vida.
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
La Solitud
Sentado sozinho, no entanto muito mal acompanhado, não consigo parar de pensar na solidão. Não só na minha, mas como na solidão em geral.
Tudo está escuro em volta, estou sentado em uma cadeira, uma cena de filme com os holofotes todos mirado em mim, me iluminando, contemplando o triste abandono. Ah, mas tudo isso não passa de poesia, porque o que realmente está me iluminando é um daqueles estrobos de festas de aniversário; e não estou sentado em um filme, e sim em uma simples cadeira, com um copo de caipirinha extremamente doce, em uma festa realmente mal iluminada (se ignorarmos o artefato de luz que quase me cega).
As vozes ao meu redor vão desaparecendo, e eu duvido que seja efeito do pouco álcool que eu, deploravelmente, ingeri. Vejo as pessoas, vejo suas bocas se mexendo, vejo suas faces reagindo ao que foi dito, mas não ouço nada, nem sequer a música deprimente a qual estão dançando. Estou, por completo, abstêmio de todos eles.
Às vezes até penso que se fechar os olhos por alguns instantes, quando reabri-los ninguém mais estará lá. Prática inútil, já que fiz isso umas três vezes e todos continuaram a macaquiar suas danças. Mas o fracasso dessa experiência não me abala, já que nem sequer sinto suas presenças; o único sentimento é que nem estão realmente lá, não passam de ilusões.
A minha vontade é de gritar. Gritar o mais alto que minhas cordas vocais me possibilitarem. Gritar para acordá-los, trazê-los de volta a ‘verdadeira’ realidade, trazê-los de volta ao ‘pensar’, ‘entender’, ao ‘sentir’ – sim, sentir, já que tudo que descrevi acima foi o sentimento do vago e do inexistente.
Ou ainda gritar para que percebam minha existência, que estou aqui junto deles; para quem me levem de volta para o mundo deles, para essa realidade falsa, sem sentido.
Só que não sei o que seria pior, transformar todos em pessoas sozinhas, confusas e tristes, ou me tornar, me transformar em uma ilusão, mais um no meio da multidão, automatizando e macaquiando meus pensamentos, movimentos e ações.
Logo desisto da idéia, e continuo sentado no canto com meu copo de bebida doce, sem ouvir, sem sentir, só olhando, somente observando...
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Tédio
Pode ser que você não goste;
Pode ser que eu me vá;
E pode ser que eu volte;
Mas não sei dizer se alguma coisa mudará;
Tudo fica como está;
Tudo fica - não que eu me importe;
Tudo é e tudo ficará;
Tudo é o mesmo, ainda que eu encoste;
A monotonia ficará;
A monotonia é forte;
A monotonia vingará;
Ainda que não seja assim que eu me comporte;
terça-feira, 23 de novembro de 2010
É?
Cada suspior uma dor, e cada dor leva a um suspiro ainda mais profundo que o último.
Sente que é o que toca, mas não sente tocar mais nada.
O mundo interage, reage, e no entando ele não;
Não age -não age.
As es
ca
das da vida já não lhe agradam mais;
Não mais -não mais.
Afinal, cada uma dessas escadas se mostram terminar em portas fechadas;
As janelas do caminhos não mais trans pa re cem nada.
Cada passo uma dúvida, cada pisada uma lástima;
Não é -não é.
Espera por uma bússola, uma que o leve para o norte correto;
Se é que o correto é o norte.
Se é que o correto é.
Será? Será?
Ele não sabe, e nem nunca, parece, que saberá.
Sente que é o que toca, mas não sente tocar mais nada.
O mundo interage, reage, e no entando ele não;
Não age -não age.
As es
ca
das da vida já não lhe agradam mais;
Não mais -não mais.
Afinal, cada uma dessas escadas se mostram terminar em portas fechadas;
As janelas do caminhos não mais trans pa re cem nada.
Cada passo uma dúvida, cada pisada uma lástima;
Não é -não é.
Espera por uma bússola, uma que o leve para o norte correto;
Se é que o correto é o norte.
Se é que o correto é.
Será? Será?
Ele não sabe, e nem nunca, parece, que saberá.
Retorno
Entro aqui com minhas letras, mesmo sem saber se serão, ou não, lidas.
Espero que, mesmo que sejam só fantasmas que os leiam, os meus textos agradem os olhos de quêm os lê.
Não espero fazer sentido, só espero fazer.
Afinal, se escrever virar ofício, é oficial que de um bloggeiro não passarei de ser.
Espero que, mesmo que sejam só fantasmas que os leiam, os meus textos agradem os olhos de quêm os lê.
Não espero fazer sentido, só espero fazer.
Afinal, se escrever virar ofício, é oficial que de um bloggeiro não passarei de ser.
Assinar:
Postagens (Atom)