Desce a violência, sobe a incoêrencia;
e para todos os lados a incompreensão.
Nos ares, aparelhos, nas casas, os sensacionalistas gozam do sofrimento alheio.
Tiros vem, tiros vão;
tiros soam e cortam o ar, ultrapassam corpos como a luz ultrapassa um copo vazio.
Até quando a ignorância estará a frente em nossas intenções?
E o Rio chora, o Rio sangra;
quando o Rio voltará a ser lindo?
De um lado infratores e rebeldes, do outro forças supressoras e opressoras, entre eles a inocência;
e por todos os lados pessoas, humanas, humanidades, vontades.
Cada um, não importanto em que lado da peleja se encontra, é um inocente.
E aquele que em batalha cai,
é um ser humano;
é um sonho destruído;
é uma família desolada;
é; é algo que existe, e que por ocasião da decisão de outros deixou de existir.
Quantos mais terão de ir ao chão para aprendermos quais são as reais importâncias?
Só espero não demorar, senão não sobrarão muitos pra usufruir daquilo que ja é nosso por direito -a Vida.
sábado, 27 de novembro de 2010
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
La Solitud
Sentado sozinho, no entanto muito mal acompanhado, não consigo parar de pensar na solidão. Não só na minha, mas como na solidão em geral.
Tudo está escuro em volta, estou sentado em uma cadeira, uma cena de filme com os holofotes todos mirado em mim, me iluminando, contemplando o triste abandono. Ah, mas tudo isso não passa de poesia, porque o que realmente está me iluminando é um daqueles estrobos de festas de aniversário; e não estou sentado em um filme, e sim em uma simples cadeira, com um copo de caipirinha extremamente doce, em uma festa realmente mal iluminada (se ignorarmos o artefato de luz que quase me cega).
As vozes ao meu redor vão desaparecendo, e eu duvido que seja efeito do pouco álcool que eu, deploravelmente, ingeri. Vejo as pessoas, vejo suas bocas se mexendo, vejo suas faces reagindo ao que foi dito, mas não ouço nada, nem sequer a música deprimente a qual estão dançando. Estou, por completo, abstêmio de todos eles.
Às vezes até penso que se fechar os olhos por alguns instantes, quando reabri-los ninguém mais estará lá. Prática inútil, já que fiz isso umas três vezes e todos continuaram a macaquiar suas danças. Mas o fracasso dessa experiência não me abala, já que nem sequer sinto suas presenças; o único sentimento é que nem estão realmente lá, não passam de ilusões.
A minha vontade é de gritar. Gritar o mais alto que minhas cordas vocais me possibilitarem. Gritar para acordá-los, trazê-los de volta a ‘verdadeira’ realidade, trazê-los de volta ao ‘pensar’, ‘entender’, ao ‘sentir’ – sim, sentir, já que tudo que descrevi acima foi o sentimento do vago e do inexistente.
Ou ainda gritar para que percebam minha existência, que estou aqui junto deles; para quem me levem de volta para o mundo deles, para essa realidade falsa, sem sentido.
Só que não sei o que seria pior, transformar todos em pessoas sozinhas, confusas e tristes, ou me tornar, me transformar em uma ilusão, mais um no meio da multidão, automatizando e macaquiando meus pensamentos, movimentos e ações.
Logo desisto da idéia, e continuo sentado no canto com meu copo de bebida doce, sem ouvir, sem sentir, só olhando, somente observando...
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Tédio
Pode ser que você não goste;
Pode ser que eu me vá;
E pode ser que eu volte;
Mas não sei dizer se alguma coisa mudará;
Tudo fica como está;
Tudo fica - não que eu me importe;
Tudo é e tudo ficará;
Tudo é o mesmo, ainda que eu encoste;
A monotonia ficará;
A monotonia é forte;
A monotonia vingará;
Ainda que não seja assim que eu me comporte;
terça-feira, 23 de novembro de 2010
É?
Cada suspior uma dor, e cada dor leva a um suspiro ainda mais profundo que o último.
Sente que é o que toca, mas não sente tocar mais nada.
O mundo interage, reage, e no entando ele não;
Não age -não age.
As es
ca
das da vida já não lhe agradam mais;
Não mais -não mais.
Afinal, cada uma dessas escadas se mostram terminar em portas fechadas;
As janelas do caminhos não mais trans pa re cem nada.
Cada passo uma dúvida, cada pisada uma lástima;
Não é -não é.
Espera por uma bússola, uma que o leve para o norte correto;
Se é que o correto é o norte.
Se é que o correto é.
Será? Será?
Ele não sabe, e nem nunca, parece, que saberá.
Sente que é o que toca, mas não sente tocar mais nada.
O mundo interage, reage, e no entando ele não;
Não age -não age.
As es
ca
das da vida já não lhe agradam mais;
Não mais -não mais.
Afinal, cada uma dessas escadas se mostram terminar em portas fechadas;
As janelas do caminhos não mais trans pa re cem nada.
Cada passo uma dúvida, cada pisada uma lástima;
Não é -não é.
Espera por uma bússola, uma que o leve para o norte correto;
Se é que o correto é o norte.
Se é que o correto é.
Será? Será?
Ele não sabe, e nem nunca, parece, que saberá.
Retorno
Entro aqui com minhas letras, mesmo sem saber se serão, ou não, lidas.
Espero que, mesmo que sejam só fantasmas que os leiam, os meus textos agradem os olhos de quêm os lê.
Não espero fazer sentido, só espero fazer.
Afinal, se escrever virar ofício, é oficial que de um bloggeiro não passarei de ser.
Espero que, mesmo que sejam só fantasmas que os leiam, os meus textos agradem os olhos de quêm os lê.
Não espero fazer sentido, só espero fazer.
Afinal, se escrever virar ofício, é oficial que de um bloggeiro não passarei de ser.
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